A Leishmaniose nos cães

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Cão com Leishmaniose

Infelizmente, como veterinária já consultei mais casos do que gostaria porque em Portugal Continental, a infeção nos cães é frequente. São várias as regiões endémicas, entre as quais a região de Lisboa e Setúbal, o concelho de Évora, assim como outras regiões do Alentejo e Algarve.

Apesar de se falar no mosquito, o vetor da doença não é um verdadeiro mosquito mas sim um flebótomo. Pequeno inseto de 2 a 3 mm que ao alimentar-se de sangue – apenas a fêmea se alimenta – num animal infetado, transportará o parasita e infetará um próximo cão numa próxima refeição de sangue. A atividade destes insetos é principalmente noturna, sendo o entardecer e o amanhecer também alturas de risco. O flebótomo aprecia calor e humidade, no entanto não se desenvolve em águas estagnadas ou zonas alagadas. O inseto está mais ativo entre Julho e Agosto.

A leishmaniose canina considera-se uma doença crónica. Os sintomas podem desenvolver-se entre 3 meses a 7 anos após a infeção. Animais que começam a manifestar apatia, cansaço e com feridas nas orelhas, no nariz, perda de pelo e caspa, podem estar infetados. Também se podem observar lesões oculares e unhas com crescimento exagerado, perda de peso e atrofia muscular. Num estado mais avançado da doença, o animal desenvolverá insuficiência renal crónica. Se não for tratado acabará por morrer.

Um mês após tratamento.

Não existe um tratamento que cure completamente esta doença mas é possível conseguir a remissão dos sinais clínicos, embora o cão na maior parte das vezes continue portador e possa vir a ter recidivas futuras. Um diagnóstico precoce da doença faz toda a diferença.
A transmissão da leishmaniose do cão a humanos não ocorre por contato direto, sendo necessário o vetor (flebótomo); um contacto próximo não transmitirá o parasita.

Para prevenir esta doença, existem pipetas e coleiras repelentes do flebótomo, vacinas e medicamento preventivo tomado como xarope. Evitar passeios às horas em que o inseto está mais ativo também é importante na prevenção da picada.

Na Hello, Vet! fazemos rastreios periódicos da leishmaniose para uma deteção precoce. Teremos o maior prazer em aconselhar qual a melhor opção preventiva para o seu animal de acordo com o risco que corre. Contacte-nos!

Autora

Dra. Mónica Albino

Dra. Mónica Albino

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