Carraças, parasitas externos dos cães e gatos

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Ouvir falar em carraças evoca sentimentos de repulsa e horror. Não só são inimigas dos nossos cães e gatos como o são para nós, humanos. Quem passou pela temida febre da carraça não esquece as terríveis dores musculares e mal-estar geral.

A altura mais temida vai desde a Primavera até ao Outono. O que torna estes parasitas externos tão abomináveis é a sua capacidade para transmitir doenças, através da injeção de agentes infeciosos como vírus, bactérias, protozoários (parasitas microscópicos) e neurotoxinas, para além disso, a espoliação de sangue associada a uma grande carga parasitária está na origem de anemia.

O ciclo de vida das carraças

O ciclo de vida das carraças é composto por quatro fases: ovo, larva, ninfa e adulto. A postura é feita no solo, em locais resguardados, por aquelas fêmeas “gordas” que se observam muitas vezes nos animais; estas estão cheias de sangue e prontas para a postura – 3000 a 5000 ovos!! Ao eclodirem dos ovos, as larvas sobem por ervas ou muros até se fixarem num animal de sangue quente que alcancem, para terem a sua primeira refeição de sangue; satisfeitas, lançam-se no chão onde atingem a fase seguinte: ninfas.

Mais uma vez a história se repete, com nova transição, até chegarem a adultos. Estas refeições que ocorrem em mais do que um hospedeiro constituem risco de contaminação biológica de uns animais para os outros.

Como combatemos as carraças?

No combate às carraças temos vários produtos e várias marcas disponíveis. Há pipetas, coleiras, comprimidos e sprays. O mais correto é seguir um plano de desparasitação elaborado pelo veterinário.

Quero alertar para os banhos: existem à venda, em lojas de produtos agropecuários, soluções para animais de grande porte contra parasitas externos e é prática comum usarem estas em banhos para cães. Estas soluções são muito concentradas, intoxicam facilmente os nossos animais de companhia.

Lembro-me de um senhor que havia tosquiado o seu cão, dando- lhe em seguida banho com uma dessas soluções inseticidas, doseada de acordo com as instruções de um prestável comerciante. O cão era de porte pequeno e tinha sido tosquiado, a sua pele encontrava-se mais exposta e suscetível.

O que começou com boas intenções acabou por provocar uma intoxicação acidental que necessitou de cuidados veterinários imediatos para controlar os tremores e convulsões do pobre cão.

Cuidado com as intoxicações em gatos

Outro alerta também importante tem a ver com pipetas de cães serem, por vezes, aplicadas em gatos quer por engano quer por desconhecimento. Há princípios ativos que são muito tóxicos para gatos e que os podem matar em pouco tempo.

Deve-se sempre confirmar se o produto em causa é adequado, com um profissional de saúde animal. Como estamos na primavera, é muito importante um plano de desparasitação externa eficaz. Na Hello, Vet! estamos disponíveis para o ajudar a pôr em prática o plano que melhor de adapta ao seu animal. Contacte-nos!

Autora

Dra. Mónica Albino

Dra. Mónica Albino

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