Estamos quase, quase no Natal e não falta muito para que 2020, este annus horribiliis, termine. Para que estas festas, embora neste ano mais comedidas e pequenas, decorram com tranquilidade e sem acidentes, há que identificar situações de risco para cães e gatos de forma a minimizar perigos.
Perigos dos enfeites de Natal
A árvore de Natal exerce um forte poder de atração sobre os nossos cães e gatos. São as luzes, são os enfeites brilhantes que muito os atraem e que anunciam problemas. Os gatos, com a sua curiosidade tão característica, são os primeiros a explorar, ou não fosse uma oportunidade para fugirem à monotonia.
Os cachorros também poderão ficar excitados com tantos objetos novos e interessantes que não tardarão em roer. Facilmente são vítimas da sua voracidade. Recordo casos de cães que ingeriram fivelas de cintos, coleiras, mantas, plásticos, pedras – e nestas situações a raça labrador retriever venceu! – e que foram submetidos a cirurgia para remoção desses corpos estranhos.
Se em épocas normais os nossos animais já são tentados por tanto, então nestas alturas festivas mais têm à disposição. Nunca é demais acautelar relativamente a estes objetos novos assim como as luzes, por possíveis choques elétricos, e protegê-los da própria curiosidade.
A planta Estrelícia do Natal, muito comum oferecer-se por esta altura a amigos e familiares, é considerada tóxica para os nossos animais. Poderá provocar diarreia, vómitos, apatia, descoordenação motora, entre outros sintomas. Deverá afastar-se, naturalmente.
Intoxicações alimentares: chocolate e passas de uva
Durante estes festejos, são muitos os excessos alimentares que se cometem o que leva muitas vezes à partilha com os nossos animais. Nesta altura, são frequentes intoxicações alimentares e gastroenterites. O chocolate é bastante tóxico para os nossos animais.
Possui metilxantinas como a cafeína e a teobromina que, de acordo com a quantidade ingerida, podem mesmo levar à morte. Os níveis destes compostos são mais elevados no chocolate negro e no cacau em pó, puro. As passas de uva são também tóxicas para os nossos animais; possivelmente há indivíduos mais suscetíveis do que outros; o melhor mesmo é não arriscar partilhar o bolo-rei ou as passinhas dos desejos da passagem de ano.
Animais e o risco de abandono
No Natal há também a tendência para se oferecerem cachorrinhos ou gatinhos adoráveis de presente. Este é um discurso recorrente mas necessário: adotar um animal é uma responsabilidade grande que se irá assumir; ninguém deverá receber de surpresa essa responsabilidade. frequentemente, testemunhamos como estes “presentes” deixam de suscitar entusiasmo e de ser desejados, acabando em canis, negligenciados e carentes de atenção, ou na rua, abandonados.
Perigo na Passagem do Ano
Relativamente ao fogo-de-artifício, há cães que têm fobia. Com o ruído, entram em pânico e podem agir descontroladamente. Num ano em que visitei uns amigos durante as festas da sua cidade, uma das cadelas que tinham, saltou o muro da casa e desapareceu.
Os meus amigos contactaram o canil municipal, associações e distribuíram folhetos por toda a zona. Uma semana depois, receberam um telefonema. Alguém avistara um cadáver numa rotunda cujas semelhanças com a foto do folheto eram grandes. Infelizmente era a cadela que tanto procuravam.
Quando fugira, desorientada, ainda perto de sua casa, acabara por ser atropelada. Este caso reforça a necessidade de anteciparmos estas reações e proteger os nossos cães que entram em pânico. Abrigá-los em casa e procurar isolar o ruído poderá ser a melhor solução.
Desejo a todos os leitores Festas Felizes, na companhia dos seus familiares de 4 Patas! E, claro, um 2021 sem Covid e um 2021 com mas respeito pelos Direitos dos animais.