Estamos quase, quase no Natal e na correria ao melhor presente para os entes queridos, há quem caia muitas vezes na tentação de oferecer animais de companhia. A confirmar, é com frequência que, após esta quadra, consultamos muitos cachorrinhos e gatinhos para a primeira consulta. Mas os animais não são presentes que se ofereçam como brinquedos.
Oferecer um animal de surpresa é equipará-lo a um objeto e jogar irresponsavelmente com o seu destino. Muitos casos de abandono são fruto destas “prendas” de Natal ou de aniversário que gozam do entusiasmo inicial e que acabam por ficar esquecidas no quintal e em último na lista de prioridade da família. Lamentavelmente, testemunho situações destas com tal frequência que me motiva a procurar sensibilizar quanto a este drama. Eu própria adotei recentemente uma cadelinha que passou a sua curta vida – tem pouco mais de dois anos – esquecida numa varanda sem ver praticamente nada. Em cachorra terá sido uma bolinha de pelo qual peluche felpudo mas cresceu e perdeu a graça.
Adoção de um animal
É necessário espaço, tempo e capacidade financeira para assegurar quer uma alimentação de qualidade quer os cuidados médico-veterinários que podem tornar-se dispendiosos. E assegurar estas condições nos próximos 10 a 15 anos, ou até mesmo 20, numa ótica mais otimista!
Um animal que chega às nossas vidas é de facto um verdadeiro presente que nos enriquece, mas deve chegar após um compromisso com uma série de responsabilidades e não aparecer de surpresa. Também é um presente, uma dádiva, na vida de uma criança; mas não se deve esperar que seja esta a assegurar e a responsabilizar-se por todos os cuidados necessários.
Oferecer um animal de presente qual brinquedo é um desrespeito pelo animal e uma irresponsabilidade muitas vezes com final cruel.
Neste Natal, se sentir o impulso de oferecer a alguém um gatinho, comece por um de peluche e aborde uma possível adoção futura. Fica a dica!
Festas felizes para todos, em família, não esquecendo os de quatro patas!